segunda-feira, dezembro 24, 2007

Testa juruaesca

Vai, sobe a colina e diz-me, é grande a subida?


Volta, desce a corda e mostra-me, a cor do céu de lá de cima.


Vai, roda aquelas bolas e grita-me, os mundos rodam.


Volta, puxa aqueles bens e pinta-me, os mundos colidem.


Gira e vai, assim como queres, assim com és, vai-te ao rumo em que te postas como rei, mas vai como vagabundo, limpo e torto, envolto de flores e cores, dores e amores. Roda e volta, assim como serás, assim como não verás que foste, vem-te aonde és rei e vagabundo, indiferente e morto, coberto de amores, só amores, amore rossi, quentes e doces, cheios, empanturrados de sabores, diversi. Fecha a vista e corre, corre, para onde imaginas ser o mundo e cai, cai onde o mundo é.

Trojdens Desmond

sábado, dezembro 15, 2007

Cores, aqui, poucas



Cores, mais cores, cores, cores com ares de cor d'amor, cores com ares de cor de muito, muito de várias, várias das cores quer rodeiam o mundo, rodeiam os mundos.

Mais da cor de mato, mais da cor de rio, mais da cor de chão que é para lembrar-nos de onde vivemos, de como vivemos, com pés no chão.

Mais da cor de céu, mais da cor de nuvem, mais do mais, mais de tudo que é para lembrar-nos de como andamos, com as mãos para os céus, esperando por chuvas e deuses.

Mais das cores de guerra, mas das cores de revoltas, mais da vontade, mais do vermelho e preto, cores que nos guiam para brigas por nossas vidas e amores, menos da guerra, mais das cores.

Menos da cor d'ouro, menos da cor de luxo, menos da cor de quem anda com a mente reta demais que é para esquecermo-nos do que faz nosso pequeno mundo tão sujo, a ostentação, o querer ser grande, ser d'ouro.

Minha cidade-floresta está dourada demais.


Trojdens Desmond

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Cores, aí, algumas

A alma é
o ser faz-se
o Mundo é
os seres...


Mundo de cinzas, cinzas cores, cinz'almas, cinzas seres, tristes seres, melancólicos, de amores baixos, emoções finas como superfícies de águas paradas, inteligências vagas, vontades, ah, quão simples vontades, que mundo, ah...


Mundo marrom, de marrons, gente morena, de amores morenos, doces méis, mel que marrom pode ser, que aqui é, certamente, tão quanto o belo rio, que de barro, folhas e árvores faz-se marrom, troncos, marrons, de vida, vida para nativos, marrons eles, como os rios, marrons de vida.


Escurinhas luzes, negros orbes, planícies baixas, seres altos, almas pretas, negras, escuras, mundo de correntezas de igarapé, igarapés pretos, pretos de folhas, negros de vidas e frescores; peixes e peixes, fartura tal qual tabuleiros de negras em terras mais altas, aqui, nos baixos das águas, é verde de matas, farinha amarela, peixe branco, mulatas e marrons caboclos.


Trojdens Desmond


Fotos da série Tribe (BBC), episódio The Matis