segunda-feira, novembro 26, 2007

Foras.


Mente, físico e emocional distinto. Um contradiz o outro, um explica o outro, um completa o outro.
E por algum momento, três mentes viram uma só, três corpos unidos, três emoções, construindo uma vida de três estranhos, três conhecidos, uma vida de três amigos. Três amigos Foras.





Iram Lee







*Arte e foto de Jotapê Araújo

sexta-feira, novembro 23, 2007

Noite de sombra e brilho

No contínuo da noite, que já é dia mas ainda escura, escura não para esconder a vida, libertá-la, mesmo não sabendo que vida é. Vida que sei não ser meu mundo, noite, vida que não vivo, que não me encaixa.
Noite que não quero mais que em mim encaixe, noite/manhã que a alegria não é criar, é só extravasar, foder, cheirar, fumar, esquecer o que se faz em turnos diurnos, esquecer, só esquecer, não mudar, deixar continuar a decadência da manhã, das tardes estragadas pelo trabalho, não inventar, ser burro, paco, parvo, beber, beber, esquecer.



Bela ela brilha, acima de mim, infinita, acima de nós, finitos seres que pensam pensar; lá ela bela me chama, penso eu que chama, quero eu que chame, desejo eu estar lá, ou aqui, junto a ela, anseio que venha, sonho que aqui caia, que aqui brilhe, pois seu brilho, lá, é apenas para ver, meu desejo é mais que ver, meu desejo é mais que minha cabeça, mais que eu, meu desejo é ela em tamanho, é ela, estrela que brilha e fica, fica lá sem mim, é ela, estrela que brilha e deixa, deixa-me aqui sem ela.


Trojdens Desmond

*Pintura A Noite Estrelada, Vincent van Gogh, 1889

domingo, novembro 11, 2007

Phynkyn de vida e morte


Um amor de um dia tanta vida é quanto uma vida, essa de monte de dia, é tanta loucura quanto uma de loucuras, como esses que vemos passar e não vemos o que são, e quão belas são, as loucuras.

Um espaço abriu-se, espaço vazio e cheio - uma visão presa nada ver, cheio e vazio o mundo é, duma forma ou de qualquer outra. O espaço, vazio e cheio, torna-se o que se quer, conforme a visão, ofuscada ou não, viva ou não, bela ou não; a tua, ofuscada, desfocada, imersa na desgraça da mentira, isso que dizem vida, a real. O branco e o verde, tal que defumado, fumado por-te-á em vendas, vendas infinitas de cheio, cheio onde pensavas vazio, serás tu o cheio em teu espaço, eu próprio até que chegues a colidir e fundir-te com outros tantos, tão imensos e empanturrados quanto tu.

Meu amor de um, meio dia, não me disse tanto, apenas fez-me sentir o que imagino ser aquilo que acabo de escrever em linhas acima.

O verde que quero é o meu, vivo, pronto para que o cheire, pronto para que inunde-me, jogue-me ao fundo das folhas, vivas, das águas, da terra, dos espíritos, daquilo que só vê eu e tantos outros capazes. Verde pronto a fincar-me no fundo de meu ser, de meus inconscientes seres, phynkyn meu divino; este sim meu espaço, agora cheio, sempre cheio, vazio de nada.


Trojdens Desmond