segunda-feira, dezembro 24, 2007

Testa juruaesca

Vai, sobe a colina e diz-me, é grande a subida?


Volta, desce a corda e mostra-me, a cor do céu de lá de cima.


Vai, roda aquelas bolas e grita-me, os mundos rodam.


Volta, puxa aqueles bens e pinta-me, os mundos colidem.


Gira e vai, assim como queres, assim com és, vai-te ao rumo em que te postas como rei, mas vai como vagabundo, limpo e torto, envolto de flores e cores, dores e amores. Roda e volta, assim como serás, assim como não verás que foste, vem-te aonde és rei e vagabundo, indiferente e morto, coberto de amores, só amores, amore rossi, quentes e doces, cheios, empanturrados de sabores, diversi. Fecha a vista e corre, corre, para onde imaginas ser o mundo e cai, cai onde o mundo é.

Trojdens Desmond

sábado, dezembro 15, 2007

Cores, aqui, poucas



Cores, mais cores, cores, cores com ares de cor d'amor, cores com ares de cor de muito, muito de várias, várias das cores quer rodeiam o mundo, rodeiam os mundos.

Mais da cor de mato, mais da cor de rio, mais da cor de chão que é para lembrar-nos de onde vivemos, de como vivemos, com pés no chão.

Mais da cor de céu, mais da cor de nuvem, mais do mais, mais de tudo que é para lembrar-nos de como andamos, com as mãos para os céus, esperando por chuvas e deuses.

Mais das cores de guerra, mas das cores de revoltas, mais da vontade, mais do vermelho e preto, cores que nos guiam para brigas por nossas vidas e amores, menos da guerra, mais das cores.

Menos da cor d'ouro, menos da cor de luxo, menos da cor de quem anda com a mente reta demais que é para esquecermo-nos do que faz nosso pequeno mundo tão sujo, a ostentação, o querer ser grande, ser d'ouro.

Minha cidade-floresta está dourada demais.


Trojdens Desmond

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Cores, aí, algumas

A alma é
o ser faz-se
o Mundo é
os seres...


Mundo de cinzas, cinzas cores, cinz'almas, cinzas seres, tristes seres, melancólicos, de amores baixos, emoções finas como superfícies de águas paradas, inteligências vagas, vontades, ah, quão simples vontades, que mundo, ah...


Mundo marrom, de marrons, gente morena, de amores morenos, doces méis, mel que marrom pode ser, que aqui é, certamente, tão quanto o belo rio, que de barro, folhas e árvores faz-se marrom, troncos, marrons, de vida, vida para nativos, marrons eles, como os rios, marrons de vida.


Escurinhas luzes, negros orbes, planícies baixas, seres altos, almas pretas, negras, escuras, mundo de correntezas de igarapé, igarapés pretos, pretos de folhas, negros de vidas e frescores; peixes e peixes, fartura tal qual tabuleiros de negras em terras mais altas, aqui, nos baixos das águas, é verde de matas, farinha amarela, peixe branco, mulatas e marrons caboclos.


Trojdens Desmond


Fotos da série Tribe (BBC), episódio The Matis

segunda-feira, novembro 26, 2007

Foras.


Mente, físico e emocional distinto. Um contradiz o outro, um explica o outro, um completa o outro.
E por algum momento, três mentes viram uma só, três corpos unidos, três emoções, construindo uma vida de três estranhos, três conhecidos, uma vida de três amigos. Três amigos Foras.





Iram Lee







*Arte e foto de Jotapê Araújo

sexta-feira, novembro 23, 2007

Noite de sombra e brilho

No contínuo da noite, que já é dia mas ainda escura, escura não para esconder a vida, libertá-la, mesmo não sabendo que vida é. Vida que sei não ser meu mundo, noite, vida que não vivo, que não me encaixa.
Noite que não quero mais que em mim encaixe, noite/manhã que a alegria não é criar, é só extravasar, foder, cheirar, fumar, esquecer o que se faz em turnos diurnos, esquecer, só esquecer, não mudar, deixar continuar a decadência da manhã, das tardes estragadas pelo trabalho, não inventar, ser burro, paco, parvo, beber, beber, esquecer.



Bela ela brilha, acima de mim, infinita, acima de nós, finitos seres que pensam pensar; lá ela bela me chama, penso eu que chama, quero eu que chame, desejo eu estar lá, ou aqui, junto a ela, anseio que venha, sonho que aqui caia, que aqui brilhe, pois seu brilho, lá, é apenas para ver, meu desejo é mais que ver, meu desejo é mais que minha cabeça, mais que eu, meu desejo é ela em tamanho, é ela, estrela que brilha e fica, fica lá sem mim, é ela, estrela que brilha e deixa, deixa-me aqui sem ela.


Trojdens Desmond

*Pintura A Noite Estrelada, Vincent van Gogh, 1889

domingo, novembro 11, 2007

Phynkyn de vida e morte


Um amor de um dia tanta vida é quanto uma vida, essa de monte de dia, é tanta loucura quanto uma de loucuras, como esses que vemos passar e não vemos o que são, e quão belas são, as loucuras.

Um espaço abriu-se, espaço vazio e cheio - uma visão presa nada ver, cheio e vazio o mundo é, duma forma ou de qualquer outra. O espaço, vazio e cheio, torna-se o que se quer, conforme a visão, ofuscada ou não, viva ou não, bela ou não; a tua, ofuscada, desfocada, imersa na desgraça da mentira, isso que dizem vida, a real. O branco e o verde, tal que defumado, fumado por-te-á em vendas, vendas infinitas de cheio, cheio onde pensavas vazio, serás tu o cheio em teu espaço, eu próprio até que chegues a colidir e fundir-te com outros tantos, tão imensos e empanturrados quanto tu.

Meu amor de um, meio dia, não me disse tanto, apenas fez-me sentir o que imagino ser aquilo que acabo de escrever em linhas acima.

O verde que quero é o meu, vivo, pronto para que o cheire, pronto para que inunde-me, jogue-me ao fundo das folhas, vivas, das águas, da terra, dos espíritos, daquilo que só vê eu e tantos outros capazes. Verde pronto a fincar-me no fundo de meu ser, de meus inconscientes seres, phynkyn meu divino; este sim meu espaço, agora cheio, sempre cheio, vazio de nada.


Trojdens Desmond

sábado, outubro 27, 2007

À menina bonita

Deveria eu falar (retalhar) da moça que me chamou de “revolucionário de merda” (ela não pronunciou a palavra merda, é verdade, mas é que dá uma emoção mais legal, mesmo já se sabendo a verdade); disse ela assim: “... que mão é essa que cria um filho que disse que não vai tirar o título de eleitor pra não votar?...”. Favor, né, minha dama. Para ficar como uma resposta, ações minhas virão para provar o //merda// que sou, pois discutir, já disse um certo moço inteligente, é para aparecer. Falarei apenas da minha mais nova alegria.

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Beleza é alegria, minha felicidade total, só isso e nada mais; superei os instintos primitivos, próprios de nossas matérias e que habitam meu inconsciente, não penso em crias, cópula, não penso apenas no calor da carne em minha boca, em meu corpo, alegro-mo só em ver tal pele morena, cor de meus sonhos, cabelos negros e corpo que certamente superaria Afrodite, se esta estivesse aqui, alegrando-me ainda mais. Minha mente pára, meu sangue pára, eu sinto querer pular para de mais perto ver, mas meu corpo é um corpo morto, meu espírito já está lá, ao lado da beleza doce, saiu, abandou-me, disparou como um raio de Zeus, mais rápido que qualquer descarga elétrica de meu cérebro.


Na volta de meu eu flutuante volto a pensar, mas pensar nunca é bom nesses momentos, a mente humana é tão estúpida quanto magnífica e complexa. O mundo, esse mundo de culturas hipócritas e insanas, ainda mais estúpido, produz seres vagos, vazios; quero deusas, lindas e tudo mais, a esperteza das ações e das idéias embebeda-me em igual teor à beleza.


Quero deusas, e não só para ver, deusas para amar. Quero aquela moça bonita, mas como deusa, não apenas bela, por mais esplendorosa que seja, por mais que já me faça delirar, por mais que já me tenha os olhos para si; quero que me tenha o coração e o espírito, meu todo eu, eu todo para si.



Trojdens Desmond

Pintura de Claude Monet - Stroll At The Rocks Of Pourville e Música de Erasmo Carlos - De noite, na cama

domingo, outubro 14, 2007

Nêta que não é nêta de verdade

*

Caiu, caiu, caiu, a nêta caiu! A nêta cai toda hora, todo dia, parece galinha manca, porra, e cai mais na hora em que mais apetecemos dela, nêta desgraçada, nas madrugadas, que estamos já sólitos, solitários, e agora indignados dignamente, pois não poder conversar, impedidos por distâncias, violências, garoas, pais e quedas do único meio possível é merda. E nós que ficamos nas noticias, atentos para o que possa surgir de novo, ali, nas primeiras horas da manhã, seriamos os primeiros a saber, agora não podemos fingir-nos interessados nos acontecimentos de nossa terrinha, sem graça que só ela, que parece cair também tanto quanto a nêta, revolucionário que só ela podia ser, mas que cai, cai por incompetência da ditadora, monopolista, que não consegue colocar novas portas, pontos, o diabo que seja, sem deixar-nos no auge da raiva, não é.

Desgraça, joguemos pedras na cabeça da burra, filha-da-puta que é essa empresa, que de tão filha-da-puta só proporciona a nós, acreanos, 10% da banda, ou que seja, para download, que é simplesmente nossa maior alegria, burlar o mercado, as empresas fonográficas, cinematográficas e as demais que existirem; felizes vivemos a viver na cultura que é as musicas e filmes que jamais viveríamos sem “baixar”, como santo, mas mais felizes estaríamos com total possibilidade de ter o que quisermos a velocidades e rapidezes que acreano nenhum (alguns conhecem é verdade, mas é porque não moram nessa nossa bela cidade-floresta, da qual tanto orgulho-me) conhece, mas sonha, ah se sonha. Merda.

O monopólio deixa você e a nêta quebrados, você, o internauta, porque o monopolista fica só com o gozo da desgraça alheia.


Trojdens Desmond

*Arte de Jotapê Araújo

quarta-feira, outubro 10, 2007

Não é milico nem crente


A vida do dentro está ocupando-nos o tempo, tempo de estar fora, fora da vida de dentro, de estar dentro do fora, este lindo mundo nosso que tenta, por vezes, afundar o mundo de dentro, derrubar o que de tão feio há dentro do mundo de dentro.

Estamos fora do fora para aprender, com quedas e subidas, como viver no fora e, até, no dentro.

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Existe um troço (“troço” aqui com este som de bosta de vaca, pejorativo, que você escutará ao ler é uma coisa – que falta de vocabulário minha – que eu não gosto, ora bolas) no ar de hoje em dia muito estranho, não tenho nome para isto – nem vocabulário tenho. Em comerciais televisivos, onde pessoas – supostamente de boa aparência, para mim aquelas moças branquinhas, loirinhas, lisinhas de cima a baixo, com um sorriso feito por mãos e alfinetes não me agradam nem um pouco, sem milongas, realmente não me agradam – compram casas e tevês e carros e celulares e cadeiras e ventiladores e bombons e roupas e o diabo que apetecerem-nas; personagens que vão do “baixo” ao “cima” em segundos e até milésimos. Claro, tudo isso devido a um cartão, um perfume e até xampus e sabonetes.

Não é só no lixo que é a propaganda, também na tevê em geral e conseqüentemente no povo, dito real – porque real mesmo só sonho, que não em segundos, mas em dias e meses e anos saem com casas e carros e tevês e celulares e cadeiras e madeiras e troncos novíssimos, tudo na maior felicidade, com aqueles brutos sorrisos; e ao ver um simples pedinte, um pobre pé-rapado como eu, vira a cara ainda com despeita de mandar-nos à labuta. Tudo bem que é preciso esforçar-se um pouco na vida, mas pedir já é um esforço gigantesco.

Essa desgraça toda é conseqüência da maior de todas, os anos 80. Aqueles comunistas bestões e fervorosos (no pior dos sentidos) e sem ideologias, agora sorriem, e fazem uns novinhos também sorrirem, para fingirem serem humanos.

Trojdens Desmond

quinta-feira, setembro 20, 2007

Manga e saia


É época de manga, manga é doce, manga tem história, tem estória. Tudo tem história e estória, é verdade, mas nem tudo tem história e estória que comova e convença, a saia que cobre o joelho e vai até a canela, algumas finas, é uma desgraça, é feia, e bem que já deve ser desde o sempre. É usada por um certo grupo de mulheres, vivas pessoas, algumas belas outras nem tanto, sempre cinza, preta ou uma cor estranha qualquer; moças de um um grupo de gente, pessoas, também pensantes, talvez. Grupo que mostra o desgosto pela beleza, pelo belo, pela vida bem vivida, também pela saia, além das vestes dos rapazes que tão feias, padronizadas, estilo militar, são.


Nós homens, jovens e velhos, brasileiros que somos, que apreciamos a vista de una bella donna, perdemos mais um montante de senhoritas para a ditadura mental de mentes inférteis, alimentadas pela pobreza de suas casas, seus bairros, suas cidades.

Trojdens Desmond






Arte de Jotapê Araújo



sexta-feira, setembro 07, 2007

O morro vem aí


*O morro não tem vez
E o que ele fez já foi demais
Mas olhem bem vocês
Quando derem vez ao morro
Toda a cidade vai cantar

Morro pede passagem
Morro quer se mostrar
Abram alas pro morro
Tamborim vai falar
É um, é dois, é três
É cem, é mil a batucar

O morro não tem vez
Mas se derem vez ao morro
Toda a cidade vai cantar



Deram vez ao morro, ao moro errado, aqui vem ele descendo, não especificamente os moços e moças variados, a cidade toda - não que os moços e moças sejam favelados por serem gays, são favelados por morarem aqui, Rio Branco. Eu disse, aliás, titio disse, o morro vem aí. Dia 16 de agosto, a oficialização da favela acreana, sem morros no físico, com morros na alma, desgraçada essa.

Trojdens Desmond



*Favela (O morro não tem vez) - Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Morais

segunda-feira, setembro 03, 2007

SEM OPOSIÇÃO, NÃO HÁ DEMOCRACIA

Em um mundo onde o Mico Leão Dourado e a Baleia Jubarte correm risco de extinção e contam com organizações para protegê-los, uma espécie brasileira encontra-se à beira do desaparecimento e não despertou a solidariedade de nenhuma ONG nem de nenhum cantor.
Nem um ex-candidato a presidente americano veio ao Brasil fazer palestras em nome dela.

Trata-se da Oposição.



Iram Lee


sexta-feira, agosto 31, 2007

O Acre tem, tem mais que ló


O Acre tem o quê tem, história e estórias, tem espirito, que é acreano por questão de nome, que realmente é mais que um espirito de trabalho e “avanço”, machado e enxada, foice e martelo, é mão e pé, chão e água, verde, real verde, verde mais que ideologia messiânica e econômica, verde de sol, terra e água.

O Acre tem gente de morro, desejosa e expctosa* de descer, gente cega, <<Não há morro aqui!, há mais que isso, floresta, há a possibilidade de cidade sem morro, com o semblante de mata: fértil, organizada, bela, grande, única. Gente cega, não vê o quê há, o início de sociedades, de culturas, a chance de iniciar sem erros, correr sem jogar-se a abismos, largar de velhos bordões e botões.

O Retrato do Acre está na fé líquida e transcendente: a chegada para a batalha do corte, a miração da floresta, a criação do quê é mais que adoração, trabalho e realização. O Retrato merece ser seguido, merece ser visto, merece ação. Eu mereço, também, algo, algo novo, mais que Brasil e Acre Moderno, o único moderno velho, devo-me.


Trojdens Desmond

Paixão nas palavras há-de ser considerada.

domingo, agosto 26, 2007

Cotidiano

Semana passada, eu estava tentando ver tv. Aí começou um filme chamado "Independence Day", o qual por motivo desconhecido não podia ser traduzido. Logo na primeira imagem aparece a linda bandeira dos Estados Unidos tremulando na Lua. Tava ventando! Na Lua! Em seguida, o narrador fala “... os homens que vivem na Terra...”.

Sim, amigos. Eu desliguei a tv.

Carlitos Marx

segunda-feira, agosto 06, 2007

Feijoada Completa

Eu tava triste, tristinho... mais sem graça que a top model magrela na passarela. Será só imaginação? Mas eu não quero ficar aqui enquanto uns dormem. Eu gosto de ficar só mas gosto mais de você.

Eu quero uma casa no campo e tenha somente a certeza dos amigos do peito e nada mais ou é o fim do caminho? Olha lá, quem acha que perder é ser menor na vida!

Por esse pão comer, por esse chão pra dormir deus lhe pague. A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte. A solução é alugar o Brasil.

A melhor forma de escolher é provar o gosto. Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante. Todo homem tem direito de pensar o que quiser e há de ser tudo da lei. Um sapato em cada pé, direito de ser ateu ou de ter fé.

Quando criança alguém disse que vida era só felicidade. O que que você vai ser quando você crescer? Um cara muito importante? Te falei que o importante é competir mas te mato de pancada se você não ganhar.

Já está provado por A + B que A + B não prova nada. Que pra quem tá indo, quem vem vindo na verdade é quem tá indo. Te encontrei toda remelenta e estronchada num bar entregue as bebida. Comer tatu é bom.

Eu bato o portão sem fazer alarde, eu levo a carteira de identidade, uma sadeira, muitas saudades e a leve impressão de que já vou tarde. Se chamarem, diga que eu sai!

Carlitos Marx

sexta-feira, agosto 03, 2007

Nada há-de voar

No más revolución, é isto que digo, é isto que faço, no más do mesmo. That's enought, la vita não se faz de guerras, batalhas e extremas mudanças. Lascia stare.

<<
Hey Mr. Trot, o quê fazes aqui?

<<Na... na... nada! Você sabe, para que lutar por direitos e organização? Eu sei o quê e como fazer para andar por minha linha. Saiba mais, quem pensa ordenar alguma coisa está mais para lá do que para cá, sempre se tem um lugar para ir.

<<Mas //qu'é// isso rapaz? Esse país precisa que gritemos, essa gente precisa de nossa força, de nossa ação, devemos tirar esses políticos do poder, tomar o poder para nós.

<<É isso aí, vá lá, mas desde já lhe pergunto, o quê esse país tem de demais?

O mundo sofre de superpopulação, o quê ocorre nowadays, esse estresse, essas pequenas insanidades, é apenas uma conseqüência e, até mesmo, uma ação evolutiva da espécie humana, não haveria terra para tanta gente. Vamos em frente.


Trojdens Desmond

quinta-feira, julho 19, 2007

É isso aí!


Aaa! Eu sei o quê há, ha ha. É isso que há, há tudo de não interessante por ali e por aqui, só coisas trágicas ou sem importância, e é tudo culpa do sistema, no caso, aqui no Brasil, do Governo e da população, que está cada vez mais burra e brega.

Só para deixar claro, os escritos não estão saindo porque as coisas não acontecem. É por isso que o anônimo sempre reclama - paciência Seu Zé. Mas não temos culpa de só surgirem vaias, aviões em choque, Congresso mané, congressos de imprensa ou tecnologia (aqui no Acre ocorre até um evento para Piratas Biológicos e Enganomanejadores), jogos mal organizados, ufanistas e tietes (quem idolatra um Estado da Federação é ufanista?), nervosinhos, pessimistas, mal músicos, péssimos músicos, gente que faz barulhos e pensa serem músicas, gente que gosta disso.

A insanidade é tanta que Domingão do Faustão e derivados ainda existem.

Mas (e mais), as criatividades hão-de voltar e imperar, por hora uma viaja ao Peru, um está com nada e outro está com nada e algo mais, uma bela coisa alguma.


Trojdens Desmond

quinta-feira, julho 05, 2007

Football e Futebol


É de football que se vive, é, o Brasil vive (alguns brasileiros vivem do crime). O nosso pé está ruim nesses tempos, quase péssimo, chato e “nervosinho”, por que será? Antigamente as pessoas eram mais espertas e menos ranzinzas? Não sei, nasci não há muito, mas por noticias e vozes do além, ainda não sei, ahah! Mas olhem, Pelé e Garrincha entraram em ação na Copa de 58 graças uma intervenção de um grupo de jogadores, Didi e Nilton Santos e mais alguns sugeriram (por aí) os dois, o 10 e o 7; na Copa de 2006 ninguém peitou por Robinho, ninguém peitou Ricardo Teixeira e seus “braços” parasitas (o resto da CBF); hoje ninguém nem dá um chega-pra-lá na Seleção toda, será que piora?

Uma coisa que me enche, e que não é de campo, é a rede de tv pentelha e sua melequenta massificação e seu caráter inexistente. Quando o povo queria festa e pensar que o time de 2006 poderia ganhar a “pelada”, lá vinha a Dona Choca enganar, maquiar, encobrir, fingir, destorcer a verdade, falta de ética e inteligencia nos pseudos comandos da Seleção e da CBF. A massa é ingenua, coitada, nem estudou numa escola de verdade e nem trabalhou num trabalho de verdade.

Lá é lá, aqui é aqui

Para ficar no campo, não que os jogadores brasileiros perderam a cabeça, só colocaram algo mais, as idéias europeias, e esqueceram outros. Essas idéias não são invalidas, têm lá suas bases, mas para o Brasil, e para mim, o negócio é outro, não excluindo os europeus, mas um pouco diferente.

As equipes europeias jogam, quase sempre, com meias-de-campo-de-lado, nos flancos, eles marcam, passam e atacam; no Brasil não se tinha essa coisa, acho que ainda não se tem, existiam laterias, que marcam, atacam e passam, às vezes, pontas e meias livres, que atacavam e passavam e fingiam que marcavam, o adversário poderia assustar-se. Mas, a mercadoria adapta-se ao mercado; lateral por aqui está difícil, os últimos foram Roberto Carlos e Serginho, o resto ou virou meia-de-lado ou sonha em virar, correm menos e ganha mais. A Seleção já sofre do problema que o meia-de-lado causa, o lado mais vulnerável é o esquerdo, onde joga Gilberto, que já é meia-de-lado no Hertha Berlim e não sabe se vai ou se fica, e acaba não indo e não ficando.

Ronaldinho Gaucho apareceu para o mundo num gol circense, que fez pelo lado direito; na Capa de 2002, jogou, quase, como um meia livre; desde que está no Barcelona só joga em dois postos, “ponta” esquerda e atacante central (não centroavante), nunca mais se viu Gaucho ir de uma lado a outro, do congestionamento para a pista livre; ir ao campo de defesa e comandar uma jogada (ele fazia isso logo quando começou no Barça), agora fica ali, no canto , rebolando, rebolando e por aí.

Robinho, ultimamente, tem feito o que se espera de um craque, vai pegar a bola onde estiver e levar-la ao ataque por onde for, mas ainda não é craque, Daniel Alves, Maicon e Rafinha (do Shalke04) ou jogam como laterais ou fingem muito bem.


Trojdens Desmond

quarta-feira, junho 27, 2007

Pink é gênio, o outro não


É isso aí, o querido Pink está certo, eu gosto mesmo é de chamar atenção, quero mudar os eixos é para estar à vista, quero quebrar os estimpes (estipe é caule, logo estimpe é pau, isso na Língua Jardinagem) não é por raiva não, que é isso, é para estar no tapete vermelho. E, se eu não fosse isto, escreveria umas duas frases a cada mês para que o mais novo pródigo portento crítico literário fique com sua paciência e desfrute de minhas balelas.

Mas, e muito mais, sou isto, e posso sê-lo mas pelo menos, e muito menos, não sou preguiçoso (irra, é verdade que nunca confirmaria tal mentira, porém é isso aí). Assim, não se expõe a preguiça como um traço de sua personalidade, pois, muito pois, esse descaso na cara é o "pézinho" que todo "besta" espera para aporrinhar - "Ih, mas tu num faz nada, é um desocupado, fica aí, largado, vendo desenho, seu preguiçoso, vá trabalhar! Ainda tem outro - Vá já limpar o quintal, pega o terçado e vai capinar!

Leiamos e guardemos a preguiça no bolso, que aí estará sempre à mão. A imaginação é a porta do mundo, macchè bello!

Trojdens Desmond

quarta-feira, junho 20, 2007

É urgente, termos crianças novamente

O mundo mudou rápido e tecnologicamente. Entretanto nós ainda não estamos preparados para essas mudanças.

As crianças de hoje dormem tarde e acordam tarde. Perdem as melhores horas do dia. Vivem estressadas. Entopem-se de informações necessárias para torná-los adultos precoces. Em frente às telas esquecem o pião, a peteca, o caminhão de barbante, a natureza, o subir nas árvores, a pipa, o jogo de bola na rua. Consomem produtos acabados que acabam com a emoção do momento da criação.

É urgente retomar a infância. Vivenciar a infância. Termos crianças novamente!

Iram Lee

sábado, junho 16, 2007

Voltando as origens... (?)

“Porraa, esse blog já foi melhor.
mto chato. uns textos chatos. mto longos, sem contexto....
seja objetivo, ninguem quer saber do que vc pensa ou gosta.
nao vamos mudar de opinião pelo que vc escreve aki.
volte as suas origens.”

Desculpai-me meus fãs!!! (risos) Sei que estou um pouco ausente, mas agora sou um estudante brasileiro! Sou o futuro da nação! (risos). Porém, voltando ao assunto...

Esse foi um comentário feito aqui no blog. Voltar às origens? Que origens? Não me lembro de ter prometido nenhuma reforma agrária ou acabar com a fome no Brasil. Não força, companheiro.

“Ninguém quer saber do que você pensa ou gosta.” Não? E pra que lê? Vai lê no site da Uol então. Não estamos sendo pagos pra sermos imparciais. (Desculpa, não podia perder a piada).

Eu agradeço pela opinião, é sempre bom receber críticas e saber como estamos indo. Ah, e se os textos estão chatos, eu não vou nem falar nada pra não me crucificarem depois.

Carlitos Marx

terça-feira, junho 12, 2007

Céu do Mapiá, um universo paralelo aqui ao lado

Isolada na floresta Amazônica, uma comunidade espiritual de seguidores do Santo Daime vive em torno da ayahuasca, o chá que faz sua ponte com Deus.





CÉU DO MAPIÁ, AM

POR DANIEL NUNES GONÇALVES
FOTOS DE ANDRÉIA D'AMATO


"Aceita o sacramento?" Quando o rapaz me faz a pergunta, logo no dia em que chego ao Céu do Mapiá, agradeço, mas não aceito. A oferta era tentadora, mas preferi entender antes o território onde estava pisando. Eu havia desembarcado a tempo de acompanhar o único ritual do ano em que os fiéis do Santo Daime, uma religião criada no Brasil, consomem sua bebida sagrada, um chá de plantas nativas, na própria floresta - e não dentro da igreja -, caminhando na companhia do maior guru daquele grupo, o "Padrinho" Alfredo Gregório de Melo. Havia um arco-íris sobre nossa cabeça e o Sol dançava na forma de feixes de luz entre a copa de árvores de 30 metros de altura. Numa clareira, uma centena de pessoas entoava canções repetitivas, mantras ao som de uma orquestra rústica com violas caipiras, flautas e tambores.

Distrito do município de Pauini, a terra prometida dos daimistas é um refúgio natural escondido e distante, nos confins do sudoeste do Amazonas. Nasceu como uma pequena sociedade alternativa, em 1983, e ainda mantém sua aura de ashram amazônico, aberto para receber buscadores espirituais de todo o mundo. Para os daimistas, estar no "céu", na mata onde brota seu sacramento vegetal, é uma oportunidade única. "Essa é a nossa meca, um lugar em que sonhamos pisar ao menos uma vez na vida", definiu Sally Gliddon, 25 anos, uma inglesa com quem conversei logo depois da cerimônia.

Mapienses e visitantes compartilham da mesma rotina em torno do plantio, da colheita, do preparo e do consumo da ayahuasca ("vinho das almas", em quíchua, a língua dos incas peruanos). O chá que eu recusara é feito da mistura de duas plantas, as folhas de chacrona (Psychotria viridis) e o cipó jagube (Banisteriopsis caapi), integrantes de um restrito grupo de vegetais descritos como alucinógenos ou enteógenos (que proporcionam a sensação de contato com o divino). Quando misturadas e ingeridas, as plantas atuam no sistema nervoso central, provocando efeitos comparáveis aos do cogumelo e do cacto peiote (Lophophora williamsiii, popularizado pelo escritor Carlos Castañeda em obras como A Erva do Diabo). O alcalóide dimetiltriptamina (DMT) presente nas folhas da chacrona aumenta os níveis de serotonina do cérebro, proporcionando o êxtase - e, segundo os usuários, a cura, o autoconhecimento, o encontro com Deus.

Daime, o santo, nunca existiu. O nome da doutrina foi criado com base nas repetidas invocações de "dai-me luz, dai-me força e dai-me amor!" feitas pelo seu criador, Raimundo Irineu Serra. Esse negro maranhense migrou, na década de 1930, para trabalhar nos férteis seringais do Acre e ali conheceu a ayahuasca com um xamã peruano - os pajés indígenas e seus pacientes consomem ayahuasca há séculos em seus rituais. Em suas experiências com o chá, "Mestre" Irineu recebeu inspiração para fundar essa corrente espiritual que mistura influências do cristianismo popular, do espiritualismo kardecista, das religiões afro-brasileiras e do xamanismo indígena. Sua igreja prosperou e originou várias correntes: a que mais se expandiu foi a comandada pelo amazonense Sebastião Mota de Melo, discípulo de Irineu, idealizador do Céu do Mapiá. Oficialmente chamado de Centro Eclético da Fluente Luz Universal (Cefluris), o segmento sebastiano tem Mapiá como uma espécie de capital dos 80 núcleos espalhados pelo Brasil e em outros 20 países, totalizando mais de 4 mil filiados.

A cidadela à beira-rio abriga por volta de 600 moradores, entre caboclos amazônicos e forasteiros convertidos. No Céu do Mapiá, o tempo é outro. Literalmente. A primeira atitude de todos os visitantes - que precisam ter sua viagem aprovada pelos líderes da comunidade - é acertar os relógios conforme a hora local: uma hora e meia a menos que o horário nacional. Quando, por exemplo, são 20 horas em Brasília, Mapiá ainda vive às 18h30. Por inspiração do Padrinho Sebastião Mota - falecido em 1990 e pai do atual líder, o Padrinho Alfredo -, a diferença não é nem de uma hora, como em Manaus, capital do Amazonas, e tampouco de duas horas, como no vizinho estado do Acre. Os "trabalhos" espirituais são bem mais extensos que as missas cristãs. As cerimônias, que ocorrem em média quatro vezes ao mês, duram cerca de seis horas, mas podem demorar 12, atravessando dias ou noites inteiras, enquanto são provadas várias doses da bebida marrom, espessa e amarga.

Na Festa de Reis, em janeiro, dias depois da minha chegada, bastou o Sol se pôr para que a maior parte da população se dirigisse à catedral, uma construção de madeira em formato de estrela erguida no alto de um pequeno morro, diante do centrinho de casebres e jardins bem cuidados. Debaixo dos braços, levavam os hinários, livros que contêm os ensinamentos da religião em forma de cânticos, que seriam entoados, madrugada adentro, no ritmo de um bailado circular. Os homens ocupavam metade da igreja, vestindo o uniforme apropriado àquela cerimônia: terno e sapato brancos com gravata azul. Já as mulheres usavam vestido branco e verde, além de coroa prateada sobre o cabelo longo. Lembravam fadinhas de uma floresta encantada.

Quando o trabalho acabou, pela manhã, a comunidade foi retomando sua rotina. Os lugares onde o dinheiro circula abriram suas portas: a padaria O Pão Nosso de Cada Dia, a única pousada, os três armazéns, a loja de artigos religiosos. As crianças, acostumadas a tomar o chá desde a barriga de suas mães, só não foram para a escola Cruzeiro do Céu, única da vila e com classes até a 7a série, por ser período de férias. Algumas mulheres rumaram para as plantações de chacrona para colher, e depois limpar, folha por folha, sua planta sagrada. Os homens, quando não seguiram para seus roçados caseiros, foram cortar o jagube na mata. No dia seguinte, o material colhido por eles seria processado em uma cerimônia impressionante, chamada de "feitio". As vozes graves de um coro masculino embalam, entre uma dose e outra do chá, a dura missão de macetar os pedaços do cipó a marteladas. Cipó e folha são então misturados em panelas imensas e fervidos em fornalhas, ao longo de horas, pelos "homens do fogo".

A rotina religiosa faz do Mapiá um refúgio de paz. A proibição da venda de álcool é respeitada. Segunda-feira é dia de mutirão. Não há posto de polícia, oficial de justiça nem mesmo hospital (embora a malária seja um fantasma freqüente para os moradores). A maior parte das doenças é tratada com homeopatia e terapias holísticas num espaço chamado de "Santa Casa", com medicamentos naturais retirados do Centro Medicina da Floresta, referência nacional em pesquisas da botânica amazônica. Sob o comando informal da família Melo e da Associação de Moradores, a administração funciona bem e de forma peculiar. A área de extração das plantas sagradas acontece dentro da Floresta Nacional do Purus, com 250 mil hectares, que abriga a comunidade e seu entorno desde 1988. Isso torna o Céu do Mapiá uma experiência socioambiental única, gerida por um plano de manejo que, feito com apoio da ONG WWF - Fundo Mundial para a Natureza, reconhece que naquela área protegida acontece a exploração de um patrimônio etnobotânico ancestral que atrai adeptos à floresta. Por isso, a presença humana ali não é exortada. "O Céu do Mapiá é um oásis de saúde e educação em meio às comunidades carentes da Amazônia", diz a antropóloga Beatriz Labate, que já esteve três vezes no lugar e listou, recentemente, nada menos que 426 estudos acadêmicos, em dez línguas, já feitos sobre o universo do chá.

O progresso, no entanto, ameaça transformar o shangrilá daimista em um centro urbano comum. A recente construção de uma estrada de terra que liga Boca do Acre a um sítio próximo à comunidade minimizou o martírio do transporte fluvial durante o período da seca - em contrapartida, levou os primeiros carros à vila. Algo inimaginável há dez anos, quando por ali não havia tampouco televisão, telefone e internet sem fio. "No tempo do papai, aqui não circulava nem dinheiro", lembra, com algum saudosismo, o carismático Padrinho Alfredo, 57 anos. "No início eu era até contra a televisão, mas os jovens queriam tanto assistir à Copa do Mundo de Futebol que acabei me rendendo", conta ele, depois de passarmos pela sala principal de sua casa, a maior da vila, onde umas 15 pessoas se aglomeravam para assistir à novela das 8.

A vocação espiritual do lugarejo, no entanto, se mantém. "Busquei a religião para cuidar de uma doença física, uma hérnia, e descobri que o Santo Daime serve para curar o espírito", define Ilma Gadelha de Oliveira, 64 anos, que se mudou de Xapuri, no Acre, para o Mapiá no grupo dos pioneiros, há 24 anos. Sobrinha de Ilzamara, a viúva de Chico Mendes, o mártir dos defensores da Amazônia, dona Ilma é uma nativa da floresta que compõe um variadíssimo painel de seguidores da doutrina. Entre os que conheci, havia um austríaco que descobriu ali sua mediunidade para incorporar o espírito de um caboclo, um nativo que encheu quatro passaportes com vistos de suas viagens como músico para difundir a doutrina, e vários fiéis que tinham encontrado no chá a salvação contra a depressão e a dependência química. "Mal posso acreditar que, há apenas um ano e meio, eu estava fervendo nas discotecas de Ibiza", conta a colombiana Tania Ramirez, 34 anos, piercing na língua e rosto pintado de urucum, que diariamente atualiza um blog direto do seu casebre na floresta.

Apesar da freqüência de gente com o perfil de Tania, o Mapiá está longe de ser um esconderijo de neo-hippies que passaram a substituir as drogas por um chá que dá barato. Traduzir a experiência em poucas palavras, e com a prova de um só indivíduo, seria reducionismo. Mas posso dizer que houve algum sofrimento nos três "trabalhos" de que participei. Tive de correr ao banheiro e vomitar em vários momentos - a rejeição à intoxicação provocada pelo chá é corriqueira. Só à medida que diminuíram o mal-estar físico, a minha resistência ao ritual cansativo do Santo Daime e o medo do invisível, pude finalmente experimentar sentimentos comuns aos de outros fiéis, como o êxtase de se perceber conectado ao "espírito" da ayahuasca. Quando fechava os olhos, vinham em minha mente insights sobre minha existência e as mirações, visões semelhantes a sonhos - e que pareciam misteriosamente verdadeiras. Eu enxergava a natureza como a prova mais bela e misteriosa da existência de um deus e respeitava aquele momento, aquele lugar e aquele grupo como algo sagrado. Não me converti. Mas o saldo de todos aqueles pensamentos desencontrados foi a sensação, percebida durante a viagem de volta, de que algo havia mudado no meu jeito de ver a vida.

A rotina religiosa faz do Mapiá um refúgio de paz. A proibição da venda de álcool é respeitada. Segunda-feira é dia de mutirão. Não há posto de polícia, oficial de justiça nem mesmo hospital (embora a malária seja um fantasma freqüente para os moradores). A maior parte das doenças é tratada com homeopatia e terapias holísticas num espaço chamado de "Santa Casa", com medicamentos naturais retirados do Centro Medicina da Floresta, referência nacional em pesquisas da botânica amazônica. Sob o comando informal da família Melo e da Associação de Moradores, a administração funciona bem e de forma peculiar. A área de extração das plantas sagradas acontece dentro da Floresta Nacional do Purus, com 250 mil hectares, que abriga a comunidade e seu entorno desde 1988. Isso torna o Céu do Mapiá uma experiência socioambiental única, gerida por um plano de manejo que, feito com apoio da ONG WWF - Fundo Mundial para a Natureza, reconhece que naquela área protegida acontece a exploração de um patrimônio etnobotânico ancestral que atrai adeptos à floresta. Por isso, a presença humana ali não é exortada. "O Céu do Mapiá é um oásis de saúde e educação em meio às comunidades carentes da Amazônia", diz a antropóloga Beatriz Labate, que já esteve três vezes no lugar e listou, recentemente, nada menos que 426 estudos acadêmicos, em dez línguas, já feitos sobre o universo do chá.

O progresso, no entanto, ameaça transformar o shangrilá daimista em um centro urbano comum. A recente construção de uma estrada de terra que liga Boca do Acre a um sítio próximo à comunidade minimizou o martírio do transporte fluvial durante o período da seca - em contrapartida, levou os primeiros carros à vila. Algo inimaginável há dez anos, quando por ali não havia tampouco televisão, telefone e internet sem fio. "No tempo do papai, aqui não circulava nem dinheiro", lembra, com algum saudosismo, o carismático Padrinho Alfredo, 57 anos. "No início eu era até contra a televisão, mas os jovens queriam tanto assistir à Copa do Mundo de Futebol que acabei me rendendo", conta ele, depois de passarmos pela sala principal de sua casa, a maior da vila, onde umas 15 pessoas se aglomeravam para assistir à novela das 8.

A vocação espiritual do lugarejo, no entanto, se mantém. "Busquei a religião para cuidar de uma doença física, uma hérnia, e descobri que o Santo Daime serve para curar o espírito", define Ilma Gadelha de Oliveira, 64 anos, que se mudou de Xapuri, no Acre, para o Mapiá no grupo dos pioneiros, há 24 anos. Sobrinha de Ilzamara, a viúva de Chico Mendes, o mártir dos defensores da Amazônia, dona Ilma é uma nativa da floresta que compõe um variadíssimo painel de seguidores da doutrina. Entre os que conheci, havia um austríaco que descobriu ali sua mediunidade para incorporar o espírito de um caboclo, um nativo que encheu quatro passaportes com vistos de suas viagens como músico para difundir a doutrina, e vários fiéis que tinham encontrado no chá a salvação contra a depressão e a dependência química. "Mal posso acreditar que, há apenas um ano e meio, eu estava fervendo nas discotecas de Ibiza", conta a colombiana Tania Ramirez, 34 anos, piercing na língua e rosto pintado de urucum, que diariamente atualiza um blog direto do seu casebre na floresta.

Apesar da freqüência de gente com o perfil de Tania, o Mapiá está longe de ser um esconderijo de neo-hippies que passaram a substituir as drogas por um chá que dá barato. Traduzir a experiência em poucas palavras, e com a prova de um só indivíduo, seria reducionismo. Mas posso dizer que houve algum sofrimento nos três "trabalhos" de que participei. Tive de correr ao banheiro e vomitar em vários momentos - a rejeição à intoxicação provocada pelo chá é corriqueira. Só à medida que diminuíram o mal-estar físico, a minha resistência ao ritual cansativo do Santo Daime e o medo do invisível, pude finalmente experimentar sentimentos comuns aos de outros fiéis, como o êxtase de se perceber conectado ao "espírito" da ayahuasca. Quando fechava os olhos, vinham em minha mente insights sobre minha existência e as mirações, visões semelhantes a sonhos - e que pareciam misteriosamente verdadeiras. Eu enxergava a natureza como a prova mais bela e misteriosa da existência de um deus e respeitava aquele momento, aquele lugar e aquele grupo como algo sagrado. Não me converti. Mas o saldo de todos aqueles pensamentos desencontrados foi a sensação, percebida durante a viagem de volta, de que algo havia mudado no meu jeito de ver a vida.

Por: Daniel Nunes Gonçalves | Fotos: Andréa D'Amato
Matéria publicada na revista National Geographic Ed. 87 - 01/06/2007


Eis mais um furo (cópia sem autorização) de reportagem. Fonte confiavel afirmou-me que a matéria é apenas um resumo do que é o Céu do Mapiá, e que existem alguns problemas trazidos (é claro, como sempre) por um e outro sulista. No final do ano, se o ano for bom e ninguém furar a canoa, o Blog Fora estará no meio do Céu.

Para ver mais fotos e uma ou outra matéria interessante, desembolse R$14,99 pela National Geographic de julho/2007, ou pegue com um amigo, sem estragar a revista, claro.

Trojdens Desmond

Outras fotos, fotos e fotos
A origem da cópia

sexta-feira, junho 08, 2007

Mais que uma questão de economia e meio ambiente

Aquecimento Global? Ah, tem mais jeito não. Amenizar? Para que ora bolas? Investir em novas tecnologias? Ah, não, isso pode mudar a ordem econômica, para que isso, está tão legal assim. (Em minha viagem ao Rio das Balas - Rio de Janeiro, no trecho Brasília/Rio, um argentino puxou conversa, pois observou que eu lia um livro de um argentino, Jorge Luis Borges; ele trabalhava para a General Eletric Company, limpando oleodutos; perguntei sobre petróleo, gás e célula combustível, disse-me ele que as empresas não investem mais nesta tecnologia porque o sucesso é incerto, e se fosse grande, afetaria a força politica de certos países, aqueles que possuem o óleo, ele disse-me ainda que a Petrobras até investe, mas muito pouco)

Aqui no Acre, quem manda é o “Coronel”, como estamos em uma época atual, o “Novo Coronel”, não mais o que possui uns seringais, mas sim o que tem uma fazenda bem cheinha, empanturrada de boi; o que tem um “comércio”, como uma distribuidora de produtos essenciais, este pode até estocá-los para vender um pouco mais caro numa certa época do ano, coisa pouca; o que tem em mãos o poder de manejar povo e economia.

Quem se dará bem com buracos furados, e vigas plantadas (cana – bebum que não vai ser)? Bem, imaginando, assim, com muita força, aqueles que detém as terras. Corporativas!? Não, não, não. Os Coronéis mesmo. Mas aí eu me pergunto: qual o problema dos moços ganharem mais dinheiro? Para mim o problema é inexistente, porém existe um fato muito mais gosmento (até mesmo mais que o óleo), é essa coisa de governo favorecer aquele que possui uma grana considerável ou uma influência, que, creio eu, é impossível sem a grana; essa coisa de meter grana com governo já é um pé no saco, parece que não tem conserto, o que me leva a uma outra coisa que não gosto.

Não ficou muito claro aqui em cima, eu não gosto de GOVERNO, seja ele qual for, para mim, governar é um ato ultrapassado, mesquinho e sem sentido, pois tenho certeza que homens e mulheres têm que aprender a viver juntinhos, em grupos sociais, sem a interferência de um corpo estranho, que neste caso é um corpo mais que estranho, é mentiroso, uma lorota. Democracia uma pinóia, é preferível uma ditadura sadia (o que é meio complicado, porque o homem é meio leso com poder em mãos) a esse teatrinho de políticos.

A outra coisa que não gosto é sociedade e cultura, mas isso é irrelevante, pois sou um, apenas um perante grupos, o que me leva, é claro, a aceitar pacificamente suas existências. Não sou tão louco assim, né.

Ah, mas hoje to com nenhuma paciência, aqui vai:

- Eu apóio a perfuração dos buracos! Vão lá, botem tudo para queimar; deixem a Universidade da Floresta em pedaços, como um sonho não concretizado; lavem suas mãos, digam que deram condições para o Acre crescer economicamente, que o surgimento de novas inteligências (como a minha) não foi necessário, afinal, o Aquecimento Global já não está em pé de guerra?

Trojdens Desmond


O caminho está a abrir-se (Lei de Mineração correu atrás dos problemas - matéria copiada e colada no Blog O Podre Poder)

quarta-feira, maio 30, 2007

Um ponto, é só um ponto

Ale, aqui você novamente. Ah, alegria alegria. Feliz estou mais uma vez, ócio velho companheiro, com sua inteligência, esperteza, o único a perceber a verdade, a doce. Como é difícil aceitar.


- O que fazes aí?

- Eu, nada, na verdade estou a observar, não sei ao certo se por preguiça ou por sagacidade; a vista é boa.

- O que vês?


- Vejo uns pontos a se mexer, pequenos crentes, crédulos e pentelhos, vividos seres, pobres seres, descrentes vida in vita, preocupados com os que não os deixam andar, esses sim os verdadeiros fétidos da natura, dotados de considerável esperteza e de não considerável “visão”. Antes que me pergunte algo, os seres são assim, nada de errado, só feio, meio que torto e amargo, mas nada que umas colheradas de mel, umas lidas, umas mortes e uns nascimentos não resolvam.


Lá se vem a paspalhona, que chata, pensa ser a verdade pintada em azul.



- Ora, mas vá já para o buraco de onde saíste!

- Ah, vá você, não só porque o frio chega que você tem quer dar o ar da graça.

- Então virei sempre. Consciência, minha nobre, o mundo não é feito só de suas idéias, elas são chatas, picuinhas, souvenirs para quem não me tem como par. O mundo é muito redondo para parar em esquinas e escolher entre tuas pequeninas ruas.

- Mas vá trabalhar, acha que dinheiro cai do céu? Acha que prédios levantam-se sós? Achas que o mundo é mundo para sonhos?

- Veremos!

Trojdens Desmond

terça-feira, maio 22, 2007

Ta feio, o verde virou marrom


Não! É sim, sim e sim! Ta, fica com teu sim. //Ta ta ta ta//. Sim, ta vendo aquilo? Agora vem com sim hein, //hunhum//, to vendo, povo estranho esse, quem são os monstrinhos? Nem monstrinhos são, são pessoas mesmo. Vige, que coisa; para eu parecem mais monstros, pequenos e feios. Pode ser, pior que eles ainda têm um nome bem condizente, um nome ácido. Eles vivem na floresta? Até que vivem mas, não sei se por estupidez ou pela invasão sulista, não se orgulham e não a usam, preterindo-a pela “vida moderna” de enlatados e importados de gosto pior que acre. São pobres? Sim, são um tanto preguiçosos, e se ofendem como a mesma facilidade que o orbe roda, mas não sei se antes da invasão dos bestas o negócio era assim; creio que não. Por que eles não os expulsam? Porque os bestas trabalham; ah, e pelo que um antigo me disse, só veio a safra ruim. Esse povo aí ta lascado. Se não quiser se mexer, é.

Trojdens Desmond


Padrim Sebastião (Pia Villa, Txai Terri ) - Pia Villa

sexta-feira, maio 18, 2007

Sou classe média - Max Gonzaga

Posso levar a mão e dizer "Sou classe média".



Carlitos Marx

quinta-feira, maio 17, 2007

O Rottweiller de Deus veio e se foi (Ufa, graças a Deus)


Não ao segundo casamento. Não à banalização da virgindade feita pela mídia. Não à eutanásia. Não ao aborto (que eu concordo). Não a isso. Não a aquilo.



O Papa chegou e só falou em proibir. Na minha inútil opinião, bem que ele podia falar com pouco mais de Deus e deixar de ser tão chato.



Saudades de João Paulo II...


Carlitos Marx

quarta-feira, maio 16, 2007

Turjvi e Suqta, o nada para nada, com nada, é nada


Isso é real? Não, tudo não passa de uma linha chata achatada que insiste em encher sacos e paciências. Ora, mas é feio. Para você. Sou Feio? Não, aliás, bonito não é, mas o troço é diferente. Estranho, tudo bem que o troço é diferente, mas nem tanto; ué, olhe lá, aquilo anda, até voa; essa porra tem cabeça não, esqueceu de usar a parte de trás da mente?! Bem, pensar acho que pensa, deve pensar, né; sei não, se pensa pensa torto. Aquilo é teu não, né? Tá louco porra; aquilo é daquela gente estranha, que vive mas não vive a vida bem vivida. Ah //soo//, você quer dizer os ricos deprimidos? Não não, não só, os pobres felizes também, são todos da baixa suqta. Vige, aquilo tá se mexendo de novo, atira atira, meu Deus, aproveita! Não dá, o diacho não morre, não sei nem como vive. Que burros!!! Que é isso rapaz, os coitados não têm culpa. E isso não é a sociedadecultura deles? É. Então. Sim, é, mas não vem dos burros não, nem do nada, e vai como nada, consome e produz, é quase um fungo. Calma aí, quero ver se fogo não funciona, porca puttana!

Trojdens Desmond

sexta-feira, maio 11, 2007

É de cá para lá, de lá para cá!

Saí do Acre por quinze dias, míseros quinze dias, podiam ser alguns anos, mas foram quinze dias. Não, não, ficar por aqui será melhor, o povo lá fora é meio louco, viver em cidade grande é insanidade, nem a água é boa, meus cabelos sofreram com tanto cloro, dava pra sentir o cheiro, imaginei logo como era ser um ser dentro de uma câmera de gás, olha, se aquela agua fosse usada numa sauna, criaria-se uma câmera de gás amadora.

Isso não é diário daqueles com cadeadinho!!! Pois que sim, saí, deixei nada neste espaço; uma semana antes da partida ainda era fresca a "discussão" prospecção, escrevi alguns comentários no Blog do Altino Machado, onde o moço havia taxado todos os anônimos. Em conversa, com o primo que vive no mesmo habitat qu'eu, comentei sobre o fato da taxação, eu havia chamado alguém de dita relevância política de algo como bobão (não foi no anonimato e foi publicado) eis que vem o menino com essa Cuidado com teu sobrenome. E lá vão saber quem é eu, rapaz? Mas se não for contigo, será com teu pai, o tio, as primas, os primos. Hunhun.

Disseram-me que os Carapanans (acho que é esse o nome, são uns pedantes ditos revolt, da UFAC), durante os planejamentos para a manifestação ocorrida no Dia da Independência de 2006 (acho que foi neste evento), contra o aumento da passagem do busão, foram plenamente estudados, observados e discutidos. Fato que decidiram humilhar os jovens com nome de bicho chato que reclamavam por algo justo, e a polícia massacrou-os, não os humilharam porque usaram violência.

É bem verdade que em oito anos, desde 1998, não escuto nenhuma um gemidozinho de descontentamento, nenhum escândalo (alguém já falou sobre as fazendas do Jorge Viana, aquele que "comandou" o Governo da Floresta? Quando um tal Alemão morreu, rumores surgiram, mas o tapete está aí para isso), nem mesmo um ai ai ai, mas me botarem uma pulga atrás da orelha por repressão, aí é babaquice!

Trojdens Desmond

sábado, abril 21, 2007

Rafael

Ele ajeita o bola ajoelhado. Ergue-se, dá precisamente três passos pra trás em diagonal com o gol. Olha o goleiro e depois para a bola. Inspira. Expira. Um. Dois. Ele dá dois passos largos até a bola e bate com a parte interna do pé. Lá vai a bola, com efeito para à esquerda, passa riscando a barreira e entra no ângulo do goleiro. Um golaço! Ele timidamente levanta os braços e comemora: “Pega”.

Porém havia um problema. Aliás, vários. Ele não estava num estádio. Não havia torcida nem goleiro nem traves. Não havia sequer bola a sua frente. Ele estava no início do Parque da Maternidade às sete horas da manhã de um dia de semana, sem camisa e descalço.

Louco? Por quê? Ele estava somente fazendo o que lhe dava prazer ao contrário dos ditos normais que estavam ao seu redor apressados para o trabalho ou para a escola.
Carlitos Marx

“A imaginação é mais importante que o conhecimento”
Einstein

"Somos todos malucos. Quem não quer ver maluco, deve quebrar os espelhos."
Voltaire

quinta-feira, abril 19, 2007

Fortuna, Glória, Honrarias e Poder.

- Ela não tem ambição!

Fiquei pensando se isso era um problema, afinal ele parecia irritado.

- Fica naquela merda, não vai para frente.

Imaginei todas as pessoas do mundo tentando ir para frente, pulando obstáculos, buscando alcançar o prêmio final. Seria o caos, uma luta infinita, como girinos num lago.

- Nem todo girino quer ser sapo. – Interrompi.

- O quê?

- Ambição em excesso é a base do capitalismo, que gera exploração, que gera domínio social, pobreza, criminalidade, medo, tristeza, sofrimento.

- Ela poderia ser o que quisesse...

- E se ela escolheu ser modesta?

- É esse o problema: ela não tem ambição!

Nem ouvia o que eu falava, apenas queria desabafar o defeito da mulher, sem considerar a possibilidade dela simplesmente estar relaxando e aproveitando. Esperta, afinal deixa a preocupação com o ambiciosão e simplesmente curte a correnteza.


Iram Lee

domingo, abril 15, 2007

Sobre a noite do dia 12 de abril e algo mais!

Para começar, a noite foi armada por Tião Viana, que lutou durante sete anos por seu projeto (espero que o senhor senador não tenha ido a murros e pontapés, posto que pelo vermelhidão em sua face ao ouvir o seringalista Osmarino Amâncio e Toinho, murros e pontapés seriam pouco), que é basicamente pesquisar o potencial do possível petróleo ou gás natural no Estado do Acre (até parece que não irão explorar). No dito debate, à mesa ao palco, estavam os personagens que iriam consolidar, a trote de autoritarismo barato, os buracos na terra do Juruá, porém havia um que poderia dessoar, era o Miguel Scarcello, todavia faltou um pouco mais de paixão, e uma razão mais coerente não iria tão mal; argumentos além do aquecimento global, como o fato de o Brasil não estar a precisar de combustível, também iriam bem. É certo que Scarcello foi atrapalhado pela lei da atração, na hora em que ia pegar mais pesado com o modelo de Urucu, Tião fazia tanta força mental para que algo acontecesse que o linhão vindo de Rondônia rompeu-se.

Os representantes da ANP – Agência Nacional do Petróleo – fizeram seus papéis, mostraram (ou enganaram) que é fácil fácil, ir lá, furar e pegar o produto, isso tudo sem sujar o meio ambiente, sem dano algum (talvez eles ainda não saibam o que a queima do combustível fóssil faz, mas tudo bem, o Brasil tem dessas coisas).

O senhor Suplicy veio passear, pura sorte, pois se estivesse onde deveria, no Iraque (nada de ironia, ele estava para ir lá, mas decidiu por vir aqui primeiro, ele mesmo disse), sofreria com o barulho, até quem sabe com estilhaços da bomba dentro da Zona Verde (estadunidense é um pé no saco, sempre pensa que faz a coisa certa; e o senhor Felipe Jardim comparou as intenções de Bush às dos setor cultural do governo acreano: ir lá, dizer que fez algo, mas não tem jeito, “artista é complicado” – tentem descobrir quem disse isso). Já que isso não é redação padrão pude fugir do assunto e voltar; o senador paulista veio dizer o que se fazer com o dinheiro dos buracos, ora decidia-se ainda se haveriam ou não buracos, e o Tião já traz gente para dizer o que fazer com a grana?! Ao menos foi o Suplicy, era um cara legal, com as idéias certas, no lugar certo e na hora errada.

Edvaldo Magalhães num cinismo já me alertado.

As pessoas querem petróleo (eu não quero e o Tião quer poder), é claro, virá dinheiro com o bicho preto. Porém, seria mais útil para o povo querer e lutar para que o dinheiro dos governos fosse gasto da forma correta, sem roubos, dinheiro não falta, mas a massa é burra, fazer o que. É verdade que um pouco mais de consideração por parte daqueles que detém o maior montante de money custaria nada, mas uma questão cultural dessas não se muda assim, o homem, em sua maioria, quer sempre mais e mais. O que arrebate ao momento mais interessante da noite (apesar de ter tido um fato hilário, em que o senador acreano tenta rebater o incomodo causado após a fala de Toinho, parecia briga de bar), um rapazinho, aluno de direito (duvido muito que da UFAC) alertando para o consumismo, doença suja, aprofundada neste regime capitalista, o ouro preto não é sinônimo de poder a toa, quem mais o consome mais o quer, mais o procura, quase como um vicio.

Imaginação

O que o Acre tem de interessante? Penso que a Floresta e toda nossa historia com ela. Já imaginou-se um Vale do Silício no meio da floresta? Claro que não produziríamos computadores ou derivados, e sim pesquisar-se-ia, e talvez, até quem sabe, manufaturar-se-ia os ditos produtos da floresta, uma Universidade da Floresta mais técnica e maior, com mais recursos e mais gente, uma universidade com a grandeza que R$ 75 milhões (eu quero mais é claro) de reais podem produzir. Eu sei, eu sei, isso seria criar uma nova elite, a qual destronaria os “novos coronéis”, e é claro, quem está no trono não quer sair, certamente, perder o conforto de uma cadeira acoxoada para que mais alguns bestas acreanos tenham inteligência e conhecimento, para que?


Trojdens Desmond

Olhem como se trata nossa castanha!

Também dêem uma olhada no Blog do Altino Machado >> [|]

Célula Combustível, esse é o futuro!

sexta-feira, abril 13, 2007

What PORRA is this?

Estava eu aqui esperando a maldita inspiração para começar o meu texto. Daí, tocam a campainha. Era uma senhora com seus sessenta anos pedindo uma ajuda, um ou dois “real”, um quilo de feijão ou de arroz. A pobre senhora não me olhou a face, acho que por vergonha do ato que precisava fazer para manter sua própria sobrevivência. Falei a ela que minha mãe não se encontrava e ela disse “Deixa, eu já vou” e pegou sua sacolinha com pães e partiu.

Por que o meu mundo tem que ser assim? Por que o nosso mundo tem que ser assim? What PORRA is this? Como pode ser que depois de mais de dois mil anos após a morte de Cristo uma senhora me toca a campainha pedindo esmola em pleno Sábado de Aleluia? Se temos alimentos suficientes para toda a humanidade, que mal há em dividi-los?

Eu não quero esse mundo. Você o quer? Quero um mundo onde os fracos sejam ajudados e não, esse onde os fracos devem ser humilhados. Quero um mundo de solidariedade e não, esse de consumismo.

Tá, tá, tá. Já sei. É tudo complicado demais. Deixa, eu já vou.



Carlitos Marx

Será que chegaremos nos 1000 antes do Romário?

terça-feira, abril 10, 2007

No latim masca = "fantasma". No árabe maskharah = "palhaço", "homem disfarçado"

Sobre desmatamento? Deixa para a matéria de Leonardo Coutinho http://veja.abril.com.br/110407/p_070.shtml

Já as máscaras, as máscaras são acessórios utilizados para cobrir o rosto. Porém, não adianta o elástico ou a cola utilizada para a fixação desse acessório, naturalmente ou forçando ela sempre cai, elas sempre caem.

Iram Lee

domingo, abril 08, 2007

Páscoa Feliz!?

Geralmente a Páscoa nos pega num bonito domingo de sol. E para a celebração da ressurreição não poderia deixar de ser assim, mesmo. Com sol, alegria e a tagarelice da criançada atrás dos seus ovos de chocolate, dos coelhinhos e de outros símbolos que vão sendo acrescentados a essa festa milenar. Para os religiosos é um momento de paz e reencontro, pois o calvário de Cristo já passou e agora tudo é alegria. E para outras crenças, a proximidade globalizada permite uma interação ecumênica e agradável. E vamos todos nos preparar para a reunião familiar, para o bom almoço e para os cuidados com tanto chocolate. Enquanto nos lembramos de boas e velhas Páscoas para jogar na conversa do meio da tarde de domingo.

Ah, se isso fosse em todas as casas, a Páscoa realmente teria sentido!


Iram Lee

terça-feira, abril 03, 2007

O Mundo do Espetáculo/Doce Sal

Para o mundo que vivemos tudo é espetáculo. E se não for, faremos com que seja.

Não adianta saber que a mulher foi assassinada, queremos saber que ela foi esquartejada dedo após dedo, jogaram sal em cima dos pedaços ainda em vida e que antes de tudo isso foi abusada sexualmente.

A privacidade diminui e nossa vida se transforma num reality show. E por falar nisso, o blog que está por ai é um legitimo reality show!

Minha opinião? Olha, dei boas gargalhadas aqui em frente ao computador. Acho que rompe com a moral, critica a sociedade (apesar de esse não ser o principal objetivo)... Porém não gostaria de ver conhecidos por lá, sei como dever ser chato para os “inocentes” que podem ser vistos la.

O blog é http://www.acretinos.vai.la/ . Vá lá. Desligue a televisão, pare de ver Big Brother e veja o que é reality show de verdade.

Carlitos Marx

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Como iniciava a redação, um amigo meu, peruano que só ele: Atualmente vivemos num mundo (ou algo do tipo)... Pois que vivemos um período estranho para as femininas, moças de puros traços belos, que só botam nossas felicidades lá onde só elas podem estar, lá onde a vida é vida. Homens de brutos modos, de toscos modos, botam essas lindas gajas em personalidades que não sei porque ainda existem, não sei nem porque homens podem colocar personalidades! Que autoridade tem um rapaz, de vontades puramente amorais (para aqueles que amam a moral), tem ao dizer que uma senhorita é safada, puta, galinha, vagabunda, e por aí vai o vocabulário da burrice... Esses mesmos rapazes crêem que o doce néctar das moças é o salgado sabor..., esses mesmos rapazes não conhecem o tatear de mãos a acarinhar a face, o sutil beijo na cabeça, a enorme capacidade de compreender frustações, de acalmar os ânimos, de balançar-los, de balançar nossos pudores.

É de certeza que varias das moças estão a se jogar em personalidades que não condizem com os valores morais de sociedades como esta ocidental, mas para que moral? Essas personalidades, para as quais as próprias se jogam, são de pura arte, de puro desinteresse com vidas tristes, amarguradas, travadas em conceitos vagos, providos de instituições puramente humanas. Com o dedo erguido, com a fuça ao ar: moral é a trava para pessoas inconscientes, ignorantes das inteligências humanas.


Trojdens Desmond

Mostra da burrice:

• quer moleza? senta no pudim xD Says:
"uahsuahsuashahauhuas esse peito sao UMA DELICIA! minha nossa…
mas o cara q falou do mau halito sacaneou PQP a gata mo lindinha com BOCA DE CU eh tensoooooo!
alem de piranha da net eh boca de cu!
ushaushasuasuhausausasa comedia!"


Igor:
"VocÊ é mto gostosa! te adorei qria fazer um book com vc tb puta"

Estes seres, além de serem burros na escrita, são nas idéias.




* Naked woman extended on a bed (1887) - Vicent van Gogh