sábado, dezembro 30, 2006

A bizarra UFAC

O vestibular da Ufac, esse ano, foi simplesmente patético. Foram CINCO questões anuladas. Preocupa-me saber que a universidade na qual quero estudar consegue elaborar uma prova com cinco erros. Mas a Unir (Universidade Federal de Rondônia) não ficou pra atrás e também conseguiu a façanha de ter cinco questões anuladas.

O elaborador da prova de matemática o qual é DOUTOR, repito DOUTOR, sim, ele é DOUTOR em matemática, não sabe a diferença de polígono para poliedro. O professor de história teve a capacidade de fazer DUAS questões erradas, ou seja, 20% da prova.

Primeiro a Ufac disse que seriam oito livros como leitura OBRIGATÓRIA, entretanto no manual do candidato aparecem DEZ livros. Mas o que vale destacar mesmo é que NENHUM, repito NENHUM e mais uma vez, NENHUM dos livros foram sequer mencionados na prova de português. Já é um absurdo ser esse quantidade de livros e ainda não utilizar NENHUM.

Calma, ainda não acabou. A bela coordenação da Ufac não sabia que faltavam cadeiras em certas escolas, sendo assim, houve um pequeno atraso de DUAS HORAS E MEIA para o início das provas. Além disso, a Ufac diz que nesse pequeno espaço de tempo não houve troca de informações entre candidatos. Há relatos de que não havia a prova específica de música disponível para alguns candidatos.

Bem, acho que é só.

Carlitos Marx

Sibá tenha santa paciência...



Ilustríssimo Senador Siba Machado, primeiramente, gostaria de dizer que nem eu nem o povo brasileiro, especialmente os acreanos, temos culpa de seu filhotinho não passar no vestibular.

Meu caro, concordo que o vestibular não é justo, mas sortear vagas? Reconheço que os filhos dos ricos possuem muito mais chance de entrar em universidades públicas do que pobres. Entretanto a de convir comigo que o Estado não prepara o aluno pra um vestibular. Uma iniciativa com certeza louvável foi a criação do programa Universidade Para Todos.

Porém seria muito mais injusto que os candidatos ao ingresso da universidade fossem escolhidos ao acaso. Sendo assim, não daria mérito aos necessariamente melhores.

Deveriam ser sorteados eram os cargos dos parlamentares, pelo menos não teríamos de ver sempre aquelas velhas mesmas caras. Então agora vamos sortear tudo. Já imaginou um gari sentado no lugar de um desembargador?

Bem, sugiro ao senhor ir jogar paciência, já que se encontra tão desocupado. Não é difícil aprender. Uma dica: Iniciar>Programas>Jogos>Paciência.

E eles ainda querem um aumento de 91%, é mole?

Carlitos Marx

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Um singelo descontentamento.

Pois bem. O vestibular da UFAC de 2007 não foi anulado. Depois dessa notícia, em alguns minutos me passou pela cabeça o texto que constava na prova de português, o qual em alguns momentos evidenciava o massacre cotidiano a que o Estado submete os cidadãos.
Justiça ou injustiça, faculdade ou irresponsabilidade, desorganização ou falta de educação. Isso tudo se passa na cabeça de alguém revoltado que tenta se fazer conformado para aliviar os pensamentos.
Aos alunos que transtornados e de cabeça fria tiveram que fazer as provas às 10h30min por falta de cadeira; aos candidatos do curso de música que não puderam resolver a prova específica de música, pois essa não havia em alguns lugares os quais os alunos foram destinados; aos inscritos no vestibular que foram prejudicados por causa de alunos que puderam usar celulares para passar informações; até mesmo aos vestibulandos que de alguma forma se sentiram injustiçados, sinto muito, mas boa sorte no próximo vestibular. Infelizmente é o que se pode desejar.


Lee Iram

sábado, dezembro 16, 2006

Olha o trenó da alegria

Em deboche natalino, parlamentares se
dão aumento salarial de 91% – e fecham
a atual legislatura com gazua de ouro
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Os parlamentares que encerram seu mandato no próximo mês ficaram famosos por produzir escândalos no lugar de leis. Do mensalão aos sanguessugas, do mensalinho de Severino Cavalcanti à CPI vendida por um deputado, a atual legislatura entrou para a história como a mais corrupta e desqualificada da era democrática. Na semana passada, contudo, deputados e senadores conseguiram adicionar um novo feito à sua infindável lista de iniqüidades. Em clima de zombaria, decidiram aumentar os próprios salários em 91%. Assim, com a força de uma canetada, seus vencimentos saltam de 12.847 para 24.500 reais. De agora em diante, o salário dos parlamentares ficará atrelado ao dos ministros do STF, o mais alto do funcionalismo público. Só no Congresso, o aumento custará 170 milhões de reais aos contribuintes. Mas, como o salário dos congressistas é usado como referência para calcular a remuneração dos mais de 50 000 deputados estaduais e vereadores em atividade no país, o efeito cascata pode gerar despesa extra de perto de 2 bilhões de reais.

O novo salário dos parlamentares é um acinte sob qualquer ângulo que se analise a questão. Num seletíssimo grupo de nações ricas, apenas nos Estados Unidos um parlamentar ganha mais que seus colegas brasileiros. São 28.000 reais lá, contra os 24.500 reais aqui. Mas, quando se leva em conta a realidade da economia, os parlamentares brasileiros dão um banho planetário – com eles, ninguém pode. Enquanto um deputado dos Estados Unidos ganha mensalmente o equivalente a 27% do PIB per capita do seu país, o deputado brasileiro vai embolsar mais de 300%. Um negócio da China, que não existe nem na China. O novo salário é um escândalo também dentro da própria realidade brasileira – e, nela, dentro da política. Os deputados e senadores ganharão mais do que o presidente e governadores dos estados mais ricos do país. "Não defendo a equiparação com o Legislativo porque me parece que para nós, ministros, seria excessivo ter um salário dessa magnitude, embora eu gostaria muito de receber esse salário", diz o ministro da Fazenda, Guido Mantega.

Apesar de terem equiparado seu salário ao dos ministros do STF, um deputado ou senador custa quase duas vezes mais aos cofres públicos. O truque está no festival de benesses que recebem. Além dos vencimentos, um deputado tem direito a auxílio-moradia (3.000 reais por mês) e verbas extras para abastecer o carro e pagar a conta do restaurante (15.000 reais por mês). Isso sem falar nos dois salários extras no fim do ano, o 14º e o 15º. Feitas as contas, cada deputado colocará no bolso 42.500 reais por mês. Tão escandalosa quanto o aumento foi a explicação arranjada pelas cúpulas da Câmara e do Senado para o conchavo que selaram com 26 parlamentares. "A fixação desse subsídio implica e exige cortes de gastos na Câmara e no Senado para ficar dentro dos nossos orçamentos", garantiu o presidente da Câmara, Aldo Rebelo. "Ou seja, não haverá aumento de despesa." Os "cortes de gastos" ocorrerão especialmente nos planos de construção de novos prédios anexos ao Congresso. Ou seja: os parlamentares decidiram colocar no próprio bolso o dinheiro que seria investido em uma obra pública. Pode-se acusá-los de tudo. Menos de falta de coerência com o ideário da atual legislatura.
Diego Escosteguy, Veja - Edição 1987 . 20 de dezembro de 2006

As caras

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Sorria/Loucos? Ignorantes? Paspalhos?

Sorria, você está sendo roubado

Nossos parlamentares queridos, amados e idolatrados querem aumentar seus próprios salários de 12,8 mil reais para 24,6 mil reais ao mês.

Não tenho nem palavras para comentar tal ato. Só tenho a agradecer pelas tantas CPIs que infelizmente viraram aquelas velhas pizzas.

“O impacto anual do aumento será de 157 milhões na Câmara e 16 milhões no Senado, incluindo aposentados e pensionistas.” Afinal, vamos parar de besteira, isso nem é tanto assim.

Já sem pensei em virar pastor, mas percebo agora que há profissões ainda mais interessantes.

Curiosamente a eleição já passou...

O importante é o povo não parar de sorrir. Os que não tiveram a sorte de ganhar o salário de deputado, não fiquem tristes. Há uma boa notícia. Talvez, se der, se for possível, se não for prejudicial ou não atrapalhar os gastos públicos, o salário mínimo aumentará de 350 reais pra fantásticos 420 reais.

Agora com licença, vou ao mercado aqui perto comprar bolacha que é mais barato que biscoito. Mas o bom mesmo é que hoje tem a novela pra assistir.
Carlitos Marx
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Loucos? Ignorantes? Paspalhos?

Você já viu aquela personagem social que, só porque o vizinho passou a viver melhor – mesmo que tenha sido através do lixo da ética, acha-se no dever de viver o mesmo, ainda que isso prejudique semelhantes? Pois Deputados Federais e Senadores, não digo todos porque não conheço todos, encarnaram a personagem.

"Não vamos mais discutir isso aqui dentro. A partir de agora, é o Judiciário quem decide... Se eles nunca mais aumentarem sua própria remuneração, nunca mais se aumenta aqui", afirmou o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ).

Agora imagine o Brasil não tendo o prejuízo de R$ 20 bilhões ao ano, eu sei que é difícil. Mas basta imaginar que Deputados, Senadores e Magistrados não queiram ganhar demasiadamente. É, também é difícil. Vá que seja fácil. Ambos desistam do aumento, e ainda diminuem o salário. Daqui a pouco isso se torna uma fantasia digna de Machado de Assis. Continuemos mesmo assim. Teríamos pra lá de R$ 173 milhões para investir no trânsito brasileiro – o Brasil perde R$ 20 bilhões com acidentes em nossas estradas. Tudo bem que não ocorreria o salvamento de todo o montante, mas já seria uma economia em tanto. O melhor seria se pudéssemos somar aos 173 milhões todo dinheiro jogado ao ralo junto à corrupção.

Só por curiosidade, os prejuízos com o trânsito são quase três vezes mais que o Orçamento autorizado para Educação. Ou seja, no Brasil, produz-se gente e estrada inúteis.

Para que demônios existem políticos? Desde quando partido tem poder no Estado?
Ou somos loucos e ignorantes, ou o sistema político atual é defasado.
Trojdens Desmond

terça-feira, dezembro 12, 2006

A verdade está na cara, mas não se impõe

Publicarei esse texto sem autorização mesmo. Como vou pedir? Já que vejo meu futuro na historia do autor, sinto-me com o direito de publicar o texto.
Ah, aqui no Acre acontece algo parecido ao o que está relatado, nada claro ainda, mas tenha em mente que clareará, ah sim, clareará.
Trojdens Desmond
A verdade está na cara, mas não se impõe
O que foi que nos aconteceu? No Brasil, estamos diante de acontecimentos inexplicáveis, ou melhor, “explicáveis” demais. Toda a verdade já foi descoberta, todos os crimes provados, todas as mentiras percebidas. Tudo já aconteceu e nada acontece.
Os culpados estão catalogados, fichados, e nada rola. A verdade está na cara, mas a verdade não se impõe. Isto é uma situação inédita na História brasileira.
Claro que a mentira sempre foi a base do sistema político, infiltrada no labirinto das oligarquias, claro que não esquecemos a supressão, a proibição da verdade durante a ditadura, mas nunca a verdade foi tão límpida à nossa frente e, no entanto, tão inútil, impotente, desfigurada, broxa.
Os fatos reais: com a eleição de Lula, uma quadrilha se enfiou no governo e desviou bilhões de dinheiro público para tomar o Estado e ficar no poder 20 anos. Os culpados são todos conhecidos, tudo está decifrado, os cheques assinados, as contas no estrangeiro, os tapes , as provas irrefutáveis, mas o governo psicopata de Lula nega e ignora tudo. Questionado ou flagrado, o psicopata não se responsabiliza por suas ações. Sempre se acha inocente ou vítima do mundo, do qual tem de se vingar. O outro não existe para ele e não sente nem remorso nem vergonha do que faz. Mente compulsivamente, acreditando na própria mentira, para conseguir poder. Este governo é psicopata.
Seus membros riem da verdade, viram-lhe as costas, passam-lhe a mão na bunda. A verdade se encolhe humilhada, num canto.
E o pior é que o Lula, amparado em sua imagem de “povo”, consegue transformar a Razão em vilã, as provas contra ele em acusações “falsas”, sua condição de cúmplice e comandante em “vítima”. E a população ignorante engole tudo.
Como é possível isso? Simples: o Judiciário paralítico entoca todos os crimes na fortaleza da lentidão e da impunidade. Só daqui a dois anos serão julgados os indiciados — nos comunica o STF. Os delitos são esquecidos, empacotados, prescrevem. A Lei protege os crimes e regulamenta a própria desmoralização. Jornalistas e formadores de opinião sentem-se inúteis, pois a indignação ficou supérflua. O que dizemos não se escreve, o que escrevemos não se finca, tudo quebra diante do poder da mentira desse governo. Sei que este é um artigo óbvio, repetitivo, inútil, mas tem de ser escrito...
Está havendo uma desmoralização do pensamento. Deprimo-me: “Denunciar para quê, se indignar com quê? Fazer o quê?”. A existência dessa estirpe de mentirosos está dissolvendo a nossa língua. Este neocinismo está a desmoralizar as palavras, os raciocínios. A língua portuguesa, os textos nos jornais, nos blogs, na TV, rádio, tudo fica ridículo diante da ditadura do lulo-petismo. A cada cassado perdoado, a cada negação do óbvio, a cada testemunha, muda, aumenta a sensação de que as idéias não correspondem mais aos fatos! Pior: que os fatos não são nada — só valem as versões, as manipulações.
No último ano, tivemos um único momento de verdade, louca, operística, grotesca, mas maravilhosa, quando o Roberto Jefferson abriu a cortina do país e deixou-nos ver os intestinos de nossa política.
Depois surgiram dois grandes documentos históricos: o relatório da CPI dos Correios e o parecer do procurador-geral da República. São verdades cristalinas, com sol a pino. E, no entanto, chegam a ter um sabor quase de “gafe”. Lulo-petistas clamam: “Como é que a Procuradoria Geral, nomeada pelo Lula, tem o desplante de ser tão clara! Como que o Osmar Serraglio pode ser tão explícito, e como o Delcídio Amaral não mentiu em nome do PT? Como ousaram ser honestos?”.
Sempre que a verdade eclode, reagem. Quando um juiz condena rápido, é chamado de “exibicionista”. Quando apareceu aquela grana toda no Maranhão (lembram, filhinhos?), a família Sarney reagiu ofendida com a falta de “finesse” do governo de FH, que não teve a delicadeza de avisar que a polícia estava chegando...
Mas agora é diferente. As palavras estão sendo esvaziadas de sentido. Assim como o stalinismo apagava fotos, reescrevia textos para coonestar seus crimes, o governo do Lula está criando uma língua nova, uma novi-língua empobrecedora da ciência política, uma língua esquemática, dualista, maniqueísta, nos preparando para o futuro político simplista que está se consolidando no horizonte. Toda a complexidade rica do país será transformada em uma massa de palavras de ordem, de preconceitos ideológicos movidos a dualismos e oposições, como tendem a fazer o populismo e o simplismo. Lula será eleito por uma oposição mecânica entre ricos e pobres, dividindo o país em “a favor” do povo e “contra”, recauchutando significados que não dão mais conta da circularidade do mundo atual. Teremos o “sim” e o “não”, teremos a depressão da razão de um lado e a psicopatia política de outro, teremos a volta da oposição mundo x Brasil, nacional x internacional. A esquematização dos conceitos, o empobrecimento da linguagem visa à formação de um novo ethos político no país, que favoreça o voluntarismo e legitime o governo de um Lula 2 e um Garotinho depois.
Assim como vivemos (por sorte...) há três anos sem governo algum, apenas vogando ao vento da bonança financeira mundial, só espero que a consolidação da economia brasileira resista ao cerco político-ideológico de dogmas boçais e impeça a desconstrução antidemocrática. As coisas são mais democráticas que os homens.
Alguns otimistas dizem: “Não... este maremoto de mentiras nos dará uma fome de verdades!”. Não creio. Vamos ficar viciados na mentira corrente, vamos falar por antônimos. Ficaremos mais cínicos, mais egoístas, mais burros.
O Lula reeleito será a prova de que os delitos compensaram. A mentira será verdade, e a novi-língua estará consagrada.
Arnaldo Jabor - O Globo, 25 de abril de 2006

sábado, dezembro 02, 2006

Musica, a primeira de muitas.

Essa gente precisa escutar musica de verdade. Povo, suplico, escute musica. Sim, musica, não esse amontoado de notas que nos melam os ouvidos e destorcem as emoções.
Não é possível que vocês se sintam prazerosos com esse barulho desconcertante, essas palavras simplistas e esse sentimentalismo comparável a uma performance da banda Kiss, de tão fantasioso.
Escutem Nei Lopes, João Donato, Ivete Sangalo – ela sim tem emoção. Busquem as musicas que tragam sinceridade, por pior que sejam. Não proliferem aquilo que lhes estraga a audição, não façam o mesmo que fazem com o cigarro e outras drogas.
Jorge Ben, Chico Buarque, Raul Seixas, Lenine, Céu, João Gilberto, Zeca Baleiro, Los Hermanos, Mariana Aydar, Elis Regina, Nicolas Krassik, Caetano Veloso, Maria Rita, Cássia Eller, Nei Lopes, Gilberto Gil, João Donato,...
Trojdens Desmond